Levantamos cedo, pegamos as motos na cochera do hotel e enquanto ajeitávamos os bauletos por volta das 5 horas da madrugada, os jovens da casa noturna vizinha ao hotel estavam encerrando o baile e passando por nos elogiando as motos, meio borrachos mas simpáticos…
Nesta madrugada quando estávamos saindo Dona Silvana falou assim: Fecha os olhos que vou passar um protetor no seu rosto. Pegou um treco em spray e borrifou a cara inteira espalhando ate na careca.
Pronto…. Fu….
De imediato não senti nada mas logo nos primeiros quilômetros um ardume nos olhos e piscando a mil por minuto nem conseguia ver.
Tive que parar, lavar bem os olhos (Santa água da garrafinha térmica) e continuamos.
Melhorou mas o desconforto e a ardência nos olhos continuava a incomodar muito. Nova parada em um posto que estava abrindo pela manhã, ai lavei bastante com água corrente, coloquei um colírio que a Marli tinha e continuamos.
Melhorou mas ainda estava incomodando. Nova parada mais uma dose de lavação e colírio. Passado uma hora ai sim voltou ao normal e pude enxergar completamente.
Já com os olhos recuperados veio uma outra situação nova.
O vento da Patagonia.
Alias por mim poderia mudar de Patagonia para Ventagonia.
Levei um tempo ate pegar o jeito de viajar nesta zona de vento. Ate passar na lateral de redemoinho eu passei. A moto balança para todo que e lado… Em uma situação onde fui ultrapassar um ônibus enorme daqueles de dois andares eu estava a 110KM e assim que ultrapassei recebi uma lufada que me jogou para quase o acostamento esquerdo…que era de terra pura. Que susto.
Com o tempo descobri que contra o vento somente a forca para equilibrar.
Se parar o vento derruba a moto. Se andar devagar ele te desloca com sua forca para fora da estrada. Assim fazendo valer a lei da física para uma ação outra reação de igual valor permite manter o equilíbrio. Claro que você dança, inclina, balança quando muda a direção, faz curva com mais dificuldade, porem a cada rajada uma acelerada para compensar. A moto não rende, em rotação que normalmente você anda a 150 KM agora estava andando a 110, 120 KM o consumo aumenta e o desespero da minha garupa nem da para contar…
No fim deste trecho ela já não falava mais, so queria saber se faltava muito para chegar, chorava e sofria calada… Ser garupa e ser uma santa para aturar estas aventuras.
Chegamos no final da tarde em San Martin de Los Andes, o hotel e excelente, alugamos uma cabana muito confortável para os dois casais.
Um bom banho, sair para jantar e agora uns dias para descansar.
Seguem algumas fotos:
Dados do GPS:
Share on Facebook
Grande viagem, lindas as fotos, não deixe de postar, pois ilustram o texto e nos faz viajar juntos.
O vento é assim mesmo, não adianta lutar contra ele. Você tem que encontrar a posição certa para diminuir o impacto.
Grande abraço e curtam bastante as paisagens.