Dia 32 – 26/01/2014 – De Los Andes (Los Andes – Chile) a Villa Maria (Córdoba – Argentina)

Nota

Era domingo, fazia um dia esplendido e estava começando a clarear sem nenhuma nuvem no céu.

Até já tinha me planejado para sair por volta das 6:00 horas mesmo sem café que só seria servido a partir das 7:00 horas conforme placa de aviso.

O hotel Don Ambrósio em Los Andes era bastante simples mas bem limpo e com uma única pessoa para atendimento muito simpática.

Para minha surpresa a Senhora me pergunta se eu queria café com leite ou chá para o desayuno…

Falei do horário de ser somente as 7:00 horas e ela me disse que já estava tudo preparado, só queria saber se era para esquentar o leite.

Assim saiu um café simples mas completo ate com sandwich quente de queijo e presunto. Bolo, doces, suco etc… Para quem ia sair sem café fiquei muito contente.

Pé na estrada e logo depois de Los Andes já começa a subida para atravessar as cordilheiras.

Como já sofri em outras épocas, com a queda de temperatura lá nas alturas, sai com segunda pele, luvas de inverno e pronto para baixa temperatura.

Para um domingo, com tempo ótimo, céu azul, boa estrada e um roteiro de mais de 800 km para cumprir, o dia estava perfeito para viajar, como nós motociclistas gostamos.

Quase nenhum movimento na estrada, ia tocando tranquilo quando de repente o trânsito está parado e um fila de uns 10 carros e caminhões aguardando a liberação.

Os caracoles estão em obras desde o ano passado. A pista esta sendo refeita e no momento apenas uma das vias está liberada enquanto a outra é reformada.

Levou uns 40 minutos para liberar e deduzi que deve ser um transito alternado de uma hora para cada lado.

Caracoles em obras

Caracoles em obras

Vista Retrovisor direito

Vista Retrovisor direito

Vista Retrovisor esquerdo

Vista Retrovisor esquerdo

Vista da GoPró

Vista da GoPró

O GPS com musica direto para o Cardo Q4

O GPS com musica direto para o Cardo Q4

Parado a frente!

Parado a frente!

Parado no meio!

Parado no meio!

Parado atras!

Parado atras!

Quando liberou logo passei por todos os veículos e foi uma subida bem legal com nenhum carro a frente para ultrapassar e nenhum em sentido contrário.

Não marquei quantos quilômetros era este trecho de mão única mas estimo que uns 75% da subida dos caracoles no lado chileno.

Como não sabia como era a aduana e controlando no GPS, quando acaba o Chile tem uma Aduana que e apenas para quem está entrando no Chile proveniente da Argentina.

Como eu não sabia, parei, me informei e fiquei sabendo que os tramites de saída eram feitos depois do túnel Cristo Redentor, em local de aduana integrada Chile/Argentina.

Passei pelo famoso túnel, rodei mais um pouco e então já estava no lado Argentino, meu conhecido de viagem anterior.

Em 2012 estivemos em Mendoza e pudemos fazer um passeio de Mendoza até o alto do Cristo Redentor.

Inclusive subindo até o topo e visitando todos os pontos turísticos como Ponte Del Inca, arredores e Uspalata.

O centro integrado da Aduana em Las Cuevas é muito bem organizado e funcional.

Um pouco antes uma barreira na estrada e um Senhor entrega um papelucho de controle anotando o número de passageiros.

Um enorme prédio onde se entra com o carro/moto e vai direto ao guichê para ser atendido em diversas filas uma para cada guichê.

Aguardei minha vez, documentos processados, um papelucho de controle com todos os carimbos de cada etapa que deveria ser entregue na saída (como nos demais postos).

Sai do posto com aquele papelucho de controle na mão, pronto para entregar e não tinha nenhuma pessoa para receber o mesmo…

Continuei a viagem e fiquei preocupado em estar levando este papel que aparentemente deveria ter sido entregue…

Passado uns 10 km ai sim tinha uma barreira na estrada e era lá o local de entrega do dito papelucho… Ufa…Agora estava na Argentina com a carteira contendo pesos chilenos e nenhum peso argentino.

Uma rápida parada em USPALLATA no posto de gasolina mas a fila estava muito grande e como ainda tinha meio tanque apenas passei pelo banheiro e segui viagem.

Em Potrerillos parei para abastecer e pude observar as montanhas com gelo em seus cumes.

O dia estava muito limpo sem nuvens e a visão era linda. Inclusive a vista do famoso Aconcagua estava deslumbrante. Na passagem anterior, dois anos antes, estava completamente nublado e não pude observar o cume como hoje assim de forma tão limpa.

Olhei no relógio, fiz check in no facebook, tomei uma água, facetime com Dona Silvana, tirei a segunda pele, troquei a luva para a de verão e vamos em frente.

Vale comentar que já tinha trocado o chip do celular para a MOVISTAR da Argentina, antes de sair em Los Andes.

O start do Followmee ainda no hotel em Los Andes foi feito via wireless do hotel.

Depois que sai do hotel não tinha mais acesso a internet mas o Followmee vai guardando os pontos a cada dez minutos e quando a internet foi ativada já do lado Argentina de uma só vez é transmitido todos os pontos acumulados.

Com este recurso de Internet 3G via celular é uma mão na roda. Tanto para acesso aos emails, WEB, redes sociais, etc… Inclusive em cada parada usava uma conexão via internet para via FACETIME chamar Dona Silvana, bater um papo, dar um reporte da viagem, fazer uma careta para a neta e até mostrar a paisagem em volta.

Descendo a cordilheira em direção a Mendoza o trânsito estava infernal no sentido oposto.

Acho que como era domingo pela manha o pessoal estava subindo para passear até o lago de Potrerillos ou Uspallata e arredores.

Passei por um comboio de caminhões (6) todos de Dionísio Cerqueira que estavam indo do Chile para o Brasil. Possivelmente levando frutas.

O trajeto nesta Ruta 7 é bastante monótono pois após passar na região metropolitana de Mendoza esta pista vira autopista, com retas intermináveis, um pouco de vento e pouco movimento.

O programado era parar a cada 200 km para abastecer e tomar uma água. Parei em La Paz e como o calor aumentava muito já fui tirando o forro da jaqueta. É como descascar cebola, vai tirando as camadas a medida que esquenta…

Segui até San Luis quando então o GPS apontou para um roteiro pelo interior, que eu nunca tinha passado mas muito legal, em direção a Rio Cuarto passando pela RP20, RP10 e RP30.

Uma cidade que entrei para abastecer foi La Toma. Detalhe que não temos postos ao longo das rutas e se torna necessário entrar no inicio da cidade para se abastecer.

Tempo bom, tarde linda, movimento de domingo e lá passamos por Rio Cuarto uma cidade maior na região.

Daí até Villa Maria é uma reta na RP158 que passa por algumas pequenas cidades, todas com sinaleiras e cruzando pelo centro das mesmas.

Região de muitas plantações de trigo e algumas empresas de porte para beneficiamento de grãos se encontram neste trecho.

Chegando em Villa Maria já por volta de 18:42 horas segundo o último ponto do FOLLOWMEE optei em procurar um hotel e por ali me hospedar.

Primeiro abasteci, selecionei o primeiro nome de hotel no GPS, fui até lá, não gostei, apontei para o segundo nome e quando estava chegando neste, bem no centro da cidade, avistei outro que pareceu mais idôneo…

Parei, gostei deste, tinha cochera e já tirei apenas um dos bauletos.

Depois de um banho, uma volta pela praça central, um bom restaurante e janta! Na volta para o hotel encontrei um calçadão mais animado ainda com muitos bares e restaurantes com suas mesas nas ruas.

Cidade alegre e simpática para um domingo a noite.

Com esta esticada de hoje e mais uma amanhã direto até Rivera no Uruguai, pretendo fazer em dois dias o trajeto que originalmente estava previsto para três dias.

Assim vou poder ficar um dia inteiro em Rivera descansando e fazendo compras sem pressa.

Algumas fotos:

Dados do GPS:

Roteiro do dia 26/01/2014

Roteiro do dia 26/01/2014

Velocidade X Tempo em 26/01/2014

Velocidade X Tempo em 26/01/2014

Altitude X Tempo em 26/01/2014

Altitude X Tempo em 26/01/2014

Roteiro do dia 26/01/2014 pelo Followmee

Roteiro do dia 26/01/2014 pelo Followmee

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Dia 31 – 25/01/2014 – De Temuco a Los Andes

Hoje cedo antes de estar liberado o café da manha no hotel já tinha descido com os bauletos e ajeitado os mesmos para a Viagem.

Na noite anterior selecionei as roupas dos próximos dias e realoquei para que seja necessário descarregar apenas um dos três bauletos.

Após o café no Hotel Nícolas, sai as 8 horas com destino a Los Andes, pequena cidade que fica depois de SANTIAGO e quase no inicio da subida para a cordilheira.

Hotel Nícolas

Hotel Nícolas

Café no Hotel Nícolas - Detalhe do arranjo dos guardanapos...

Café no Hotel Nícolas – Detalhe do arranjo dos guardanapos…

São 750 Km basicamente na Ruta 5 a famosa Panamericana.

A estrada é excelente, uma autopista dupla com velocidade máxima de 120 Km.

Passando por diversas cidades neste roteiro, com postos de serviço durante toda a extensão e muitos pedágios…

A cada 70 Km mais ou menos tinha um pedágio.

Fora a chatice de parar, tirar a luva, pegar a carteira, pagar, guardar de volta a carteira, colocar luva e sair já deu tempo para o motorista que esta esperando se irritar e tocar a mão na buzina…

Teve uma hora que caiu a luva e ai demorou mais… Até descer da moto, buscar a luva e voltar, aja paciência…

Ainda bem que os valores não eram demasiados, variando de 400 a 800 pesos chilenos (1,70 a 3,50 reais).

Realizei as paradas para reabastecer e descansar a cada 200 km.

Os postos de serviço COPEC se repetem com o mesmo layout em diversos locais.

Estacionado num COPEC

Estacionado num COPEC

Um café quente para combater o frio da manhã

Um café quente para combater o frio da manhã

Self Service...

Self Service…

Layout padrão

Layout padrão

Aproveitando as frutas do Chile

Aproveitando as frutas do Chile

COPEC

COPEC

Outro estacionamento no COPEC

Outro estacionamento no COPEC

Gasolina com preço igual ao Brasil

Gasolina com preço igual ao Brasil

Um pêro descansando na lanchonete do COPEC

Um pêro descansando na lanchonete do COPEC

Tudo bem ajeitado e asseado, com sortimento de lanches e bebidas para atender os motoristas que ali fazem suas paradas.

Numa estrada deste nível com duas pistas sem muito movimento no sentido sul para o norte e pelo costume de andar mais do que devia, não deu outra….

Nas proximidades de LINARES um pouco antes de TALCA um policial, carabineiro, me pediu para encostar…

Ele estava com um radar portátil na mão…

Parei, desliguei, tirei capacete, balaclava, peguei os documentos e entreguei atendendo a sua solicitação.

Perguntou se eu sabia qual era a velocidade máxima ali naquela autopista.

Informei que sabia sim e que era de 120 Km/h.

Ele então falou: E por que você estava a 132 KM/h !!? Mostrando o visor do radar…

Ai falei que foi um descuido, que me distrai e não vi que tinha excedido a velocidade…

Pedi desculpa dizendo que não estava correndo durante a viagem e que ia até Santiago e de lá para o Brasil.

Ele disse que teria que me multar…

Ai perguntei se não tinha outra forma de resolver?

Respondeu firmemente. Aqui no CHILE não tem como se dar um jeito, será multado!!!
E o pior, a multa terá que ser paga na segunda feira depois da 10 horas na cidade de LINARES…

O Sr vai ter que voltar, pernoitar aqui e fazer passeios até as Cordilheiras ou até o Pacifico enquanto espera para pagar a multa na segunda feira.

Pronto!!! Era tudo que eu não queria para atrapalhar a volta…

Ai falei que minha família estava esperando e que assim iria atrasar diversos dias.

Ele bem brabo falou: Agora lembra da família, quando estava em alta velocidade não lembrou né…

Senti que seria inevitável e comecei a aceitar a situação.

Ele saiu olhou a matricula da moto, pensou em ir para o carro fazer a notificação eu ficava repetindo que foi só um descuido, uma distração e pedindo para ele reconsiderar.

Nada!!!!

Depois de um tempo me devolveu os documentos e me liberou…

Ufa…Agora não passo mais de 120 Km/h de jeito nenhum…

A titulo de informação, eu já li outros relatos que multa de excesso de velocidade aqui no Chile e bucha…

Primeiro pelo fato de a multa ser paga na autoridade municipal, no município onde você sofreu a multa.

Como era num sábado só iria poder pagar na segunda feira.

Depois tem o fato de que o documento é recolhido e você ganha um papel que permite andar pelo Chile por um tempo (15 dias) até acertar o pagamento.

Detalhe que o documento da sua moto, recolhido pelo carabineiro vai para o seu destacamento que posteriormente vai mandar para a autoridade municipal e as vezes pode levar alguns dias…

Mesmo que a multa seja paga na segunda feira nada garante que já vai estar lá o documento que foi recolhido pelo Carabineiro.

CONSELHO: Não exceda a velocidade aqui no CHILE em hipótese alguma….

Bem, depois deste susto o restante da viagem foi controlando o velocímetro.

Quando esta marcando 130 Km/H no visor da moto, no GPS está 120 KM/h.

Assim viajei o resto da tarde olhando mais para o velocímetro com aqueles números grandes para não passar de 125 Km/h a 130 Km/h do que para a paisagem….

A passagem pelo centro de SANTIAGO é tranquila pois se trafega na autopista o tempo todo, cruzando o centro da cidade e saindo do outro lado no meu caso em direção a Los Andes.

Cheguei cedo em Los Andes, por volta de 16:51 horas segundo o último ponto plotado no mapa pelo FOLLOWMEE.

Amanhã tem cordilheiras, alfândegas e certamente muito calor do lado de lá mas vamos ver até onde podemos chegar…

Algumas fotos:

Hotel em Los Andes

Hotel em Los Andes

Estacionado no hotel em Los Andes

Estacionado no hotel em Los Andes

Nos bares de Los Andes

Nos bares de Los Andes

Conferindo os créditos. Podemos ligar para o Brasil pois está sobrando créditos.

Conferindo os créditos. Podemos ligar para o Brasil pois
está sobrando créditos.

Um lanche básico...

Um lanche básico…

Dados do GPS:

Trajeto do dia 25/01/2014

Trajeto do dia 25/01/2014

Velocidade no dia 25/01/2014 (note o comportamento depois da ameaça de multa...)

Velocidade no dia 25/01/2014 (note o comportamento depois da ameaça de multa…)

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