Era domingo, fazia um dia esplendido e estava começando a clarear sem nenhuma nuvem no céu.
Até já tinha me planejado para sair por volta das 6:00 horas mesmo sem café que só seria servido a partir das 7:00 horas conforme placa de aviso.
O hotel Don Ambrósio em Los Andes era bastante simples mas bem limpo e com uma única pessoa para atendimento muito simpática.
Para minha surpresa a Senhora me pergunta se eu queria café com leite ou chá para o desayuno…
Falei do horário de ser somente as 7:00 horas e ela me disse que já estava tudo preparado, só queria saber se era para esquentar o leite.
Assim saiu um café simples mas completo ate com sandwich quente de queijo e presunto. Bolo, doces, suco etc… Para quem ia sair sem café fiquei muito contente.
Pé na estrada e logo depois de Los Andes já começa a subida para atravessar as cordilheiras.
Como já sofri em outras épocas, com a queda de temperatura lá nas alturas, sai com segunda pele, luvas de inverno e pronto para baixa temperatura.
Para um domingo, com tempo ótimo, céu azul, boa estrada e um roteiro de mais de 800 km para cumprir, o dia estava perfeito para viajar, como nós motociclistas gostamos.
Quase nenhum movimento na estrada, ia tocando tranquilo quando de repente o trânsito está parado e um fila de uns 10 carros e caminhões aguardando a liberação.
Os caracoles estão em obras desde o ano passado. A pista esta sendo refeita e no momento apenas uma das vias está liberada enquanto a outra é reformada.
Levou uns 40 minutos para liberar e deduzi que deve ser um transito alternado de uma hora para cada lado.
Quando liberou logo passei por todos os veículos e foi uma subida bem legal com nenhum carro a frente para ultrapassar e nenhum em sentido contrário.
Não marquei quantos quilômetros era este trecho de mão única mas estimo que uns 75% da subida dos caracoles no lado chileno.
Como não sabia como era a aduana e controlando no GPS, quando acaba o Chile tem uma Aduana que e apenas para quem está entrando no Chile proveniente da Argentina.
Como eu não sabia, parei, me informei e fiquei sabendo que os tramites de saída eram feitos depois do túnel Cristo Redentor, em local de aduana integrada Chile/Argentina.
Passei pelo famoso túnel, rodei mais um pouco e então já estava no lado Argentino, meu conhecido de viagem anterior.
Em 2012 estivemos em Mendoza e pudemos fazer um passeio de Mendoza até o alto do Cristo Redentor.
Inclusive subindo até o topo e visitando todos os pontos turísticos como Ponte Del Inca, arredores e Uspalata.
O centro integrado da Aduana em Las Cuevas é muito bem organizado e funcional.
Um pouco antes uma barreira na estrada e um Senhor entrega um papelucho de controle anotando o número de passageiros.
Um enorme prédio onde se entra com o carro/moto e vai direto ao guichê para ser atendido em diversas filas uma para cada guichê.
Aguardei minha vez, documentos processados, um papelucho de controle com todos os carimbos de cada etapa que deveria ser entregue na saída (como nos demais postos).
Sai do posto com aquele papelucho de controle na mão, pronto para entregar e não tinha nenhuma pessoa para receber o mesmo…
Continuei a viagem e fiquei preocupado em estar levando este papel que aparentemente deveria ter sido entregue…
Passado uns 10 km ai sim tinha uma barreira na estrada e era lá o local de entrega do dito papelucho… Ufa…Agora estava na Argentina com a carteira contendo pesos chilenos e nenhum peso argentino.
Uma rápida parada em USPALLATA no posto de gasolina mas a fila estava muito grande e como ainda tinha meio tanque apenas passei pelo banheiro e segui viagem.
Em Potrerillos parei para abastecer e pude observar as montanhas com gelo em seus cumes.
O dia estava muito limpo sem nuvens e a visão era linda. Inclusive a vista do famoso Aconcagua estava deslumbrante. Na passagem anterior, dois anos antes, estava completamente nublado e não pude observar o cume como hoje assim de forma tão limpa.
Olhei no relógio, fiz check in no facebook, tomei uma água, facetime com Dona Silvana, tirei a segunda pele, troquei a luva para a de verão e vamos em frente.
Vale comentar que já tinha trocado o chip do celular para a MOVISTAR da Argentina, antes de sair em Los Andes.
O start do Followmee ainda no hotel em Los Andes foi feito via wireless do hotel.
Depois que sai do hotel não tinha mais acesso a internet mas o Followmee vai guardando os pontos a cada dez minutos e quando a internet foi ativada já do lado Argentina de uma só vez é transmitido todos os pontos acumulados.
Com este recurso de Internet 3G via celular é uma mão na roda. Tanto para acesso aos emails, WEB, redes sociais, etc… Inclusive em cada parada usava uma conexão via internet para via FACETIME chamar Dona Silvana, bater um papo, dar um reporte da viagem, fazer uma careta para a neta e até mostrar a paisagem em volta.
Descendo a cordilheira em direção a Mendoza o trânsito estava infernal no sentido oposto.
Acho que como era domingo pela manha o pessoal estava subindo para passear até o lago de Potrerillos ou Uspallata e arredores.
Passei por um comboio de caminhões (6) todos de Dionísio Cerqueira que estavam indo do Chile para o Brasil. Possivelmente levando frutas.
O trajeto nesta Ruta 7 é bastante monótono pois após passar na região metropolitana de Mendoza esta pista vira autopista, com retas intermináveis, um pouco de vento e pouco movimento.
O programado era parar a cada 200 km para abastecer e tomar uma água. Parei em La Paz e como o calor aumentava muito já fui tirando o forro da jaqueta. É como descascar cebola, vai tirando as camadas a medida que esquenta…
Segui até San Luis quando então o GPS apontou para um roteiro pelo interior, que eu nunca tinha passado mas muito legal, em direção a Rio Cuarto passando pela RP20, RP10 e RP30.
Uma cidade que entrei para abastecer foi La Toma. Detalhe que não temos postos ao longo das rutas e se torna necessário entrar no inicio da cidade para se abastecer.
Tempo bom, tarde linda, movimento de domingo e lá passamos por Rio Cuarto uma cidade maior na região.
Daí até Villa Maria é uma reta na RP158 que passa por algumas pequenas cidades, todas com sinaleiras e cruzando pelo centro das mesmas.
Região de muitas plantações de trigo e algumas empresas de porte para beneficiamento de grãos se encontram neste trecho.
Chegando em Villa Maria já por volta de 18:42 horas segundo o último ponto do FOLLOWMEE optei em procurar um hotel e por ali me hospedar.
Primeiro abasteci, selecionei o primeiro nome de hotel no GPS, fui até lá, não gostei, apontei para o segundo nome e quando estava chegando neste, bem no centro da cidade, avistei outro que pareceu mais idôneo…
Parei, gostei deste, tinha cochera e já tirei apenas um dos bauletos.
Depois de um banho, uma volta pela praça central, um bom restaurante e janta! Na volta para o hotel encontrei um calçadão mais animado ainda com muitos bares e restaurantes com suas mesas nas ruas.
Cidade alegre e simpática para um domingo a noite.
Com esta esticada de hoje e mais uma amanhã direto até Rivera no Uruguai, pretendo fazer em dois dias o trajeto que originalmente estava previsto para três dias.
Assim vou poder ficar um dia inteiro em Rivera descansando e fazendo compras sem pressa.
Algumas fotos:
Dados do GPS:
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