Depois que Dona Silvana tinha embarcado na segunda feira para seu retorno aéreo até Florianópolis, na teca feira era dia de começar o retorno de nossa viagem.
O ponto mais distante, o destino principal, o fim do mundo já tinha sido atingido.
Agora vamos voltando para o nosso mundo, para o nosso calor do litoral de Santa Catarina.
A viagem iniciou bem cedo por volta de sete horas e o tempo estava fechado, nublado, mas ainda sem chuva.
A temperatura estava por volta de 8 a 10 graus mas o vento e a falta de sol exigiam um bom agasalho e algum conforto térmico.
Me refiro a manopla aquecida que nesta viagem foi usada constantemente e nesta manhã foi fundamental.
Depois que tive a mão congelada na viagem do ano anterior ao Peru não tive nenhuma duvida em colocar este acessório.
Caro mas fundamental nestas temperaturas baixas o que justifica o investimento.
Encontramos muitos quilômetros de pista molhada mas passamos depois que a chuva já tinha caído.
Antes de Rio Grande e também depois de Rio Grande o vento era muito forte e la vamos nos enfrentando as rajadas e sambando hora para um lado hora para outro.
Viajamos mais inclinados do que na horizontal e no final já estamos nos acostumando a este ritmo.
Uma parada no posto de Rio Grande, abastecer e um café quente faz muito bem.
Aqui encontramos um grupo de camionetes de Rio Grande que estavam também retornando do USHUAIA e também iriam para Punta Arenas.
Alias nosso roteiro inicial previa do USHUAIA voltar por Porvenir que fica na costa oposta de Punta Arenas.
Deveríamos dormir em Porvenir e no dia seguinte pegar o único ferry diário que faz o trajeto Punta Arenas – Porvenir e Porvenir – Punta Arenas.
Como não achamos hotel disponível em Porvenir na busca do dia anterior via Booking e outros sistemas de reserva e como o ferry só tem uma vez por dia, como o vento forte pode complicar esta travessia que e bem mais distante que a outra de Bahia Azul.
Assim após as duas aduanas, saímos da Argentina e entramos no Chile fizemos o mesmo caminho de rípio que havíamos usado na ida.
Na aduana encontramos todas as camionetes da expedição ao Ushuaia que tínhamos encontrado em Rio Grande.
Encontramos duas motos argentinas, bem carregadas, uma Falcon com garupa e outra pequena (250cc) sem garupa.
O rípio estava em boas condições e pude manter velocidades de 80 Km a 90 Km embora as vezes o vento tirava a moto do carreiro principal necessitando uma rápida correção.
O Marcio disparou na frente e andava bem mais rápido do que eu. Optamos pelo roteiro que vai pela Y-79 (em direção a Porvenir) que encontra a Y-71 e Y-85 em um grande trevo.
Neste trevo a Y-79 faz 90 graus e sobe para o norte em direção a Cerro Sombrero.
O GPS como faz opção pela rota mais curta vai desde as aduanas em San Sebastian indicando o caminho pela RN257.
Evite este caminho sugerido pelo GPS pois na opção por nos utilizada temos 20 km de asfalto (melhor dizendo de cimento) no trecho do grande trevo da Y-71 e Y-85 em direção a Cerro Sombrero. Depois chegando em Cerro Sombrero temos mais uns 20 km já pavimentados.
Um ponto que chamou a atenção na aduana foi um Caminhão Ônibus Hotel (3 em 1) muito comum na Europa, passeando com um grupo de Turistas Europeus. Inclusive a placa deste veiculo era europeia.
No grande trevo entre a Y-71, Y-85 e Y-79 o Marcio deu uma parada para me esperar e enquanto fazíamos um lanche, chegaram os dois motociclistas argentinos que estavam na aduana. Conversamos um pouco e o pessoal era de Buenos Aires.
O restante do trecho de rípio ate Cerro Sombrero estava bom e apenas o que incomodou foi o vento que tinha suas rajadas cada vez mais forte.
Abastecemos em Cerro Sombrero, e tocamos para o ferry em Bahia Azul. Achei que com a intensidade do vento o ferry não estaria funcionando mas felizmente estava sim.
Feito o embarque o próprio pessoal do ferry recomendou segurar as motos…
Motos no cavalete e motociclista grudado na moto!!!
Estava ventando tanto, fazia tanto frio que nem tiramos os capacetes.
Alias foi muito bom pois logo em seguida começou a chover água salgada diretamente do estreito de Magalhães para dentro do Ferry nos dando alguns banhos…
Ainda bem que estávamos com a capa de chuva e assim foi a travessia.
Saindo no outro lado iniciamos o trecho do Ferry até Punta Arenas pela RN257 e depois RN255 a qual vai margeando e estreito de Magalhães em diversos pontos.
Passamos por Gobernador Fillipi e depois chegamos a Punta Arenas.
Este trecho final depois de sair do Ferry até Punta Arenas, em torno de 170 Km foi infernal e a VENTAGONIA mostrou a sua forca como nunca.
Ainda bem que Dona Silvana não estava na garupa, senão era capaz de descer e ir a nado pelo estreito de Magalhaes….
O vento era muito forte e deu uma canseira para manter a nossa STenere na estrada, sem sair para o acostamento.
Finalmente chegamos a Punta Arenas o GPS já estava programado para o Hotel Mercúrio, colocamos a moto no estacionamento, um banho quentinho antes de sair para a janta…
Share on Facebook