Hoje, quinta feira, acordamos ainda com o balanço agitado do navio em função de estar navegando em alto mar.

Após o café fui para o deck, curioso para saber onde estávamos.

Liguei o GPS e também via Google maps no celular deu para identificar que estávamos no meio do trajeto de mar aberto.

A nossa direita uma grande ilha que um dos tripulantes na ponte de comando nos informou ser considerada a ILHA DOS PEROS.

Segundo ele no passado na década de 60 uma empresa baleeira tinha uma unidade na ilha.

Depois que a atividade foi extinta todos saíram da ilha e deixaram por lá dezenas de cães abandonados.

Com relação ao balanço da embarcação, o pessoal da ponte de comando informou que esta viagem estava sendo excelente e que as condições de tempo e vento estavam excepcionais.

Disse que neste trajeto de mar aberto, já passaram com tempestades com ondas de até 7 metros… Situação que nem posso imaginar como se comportam todos os passageiros e tripulantes…

Uma coisa boa é que a temperatura já subiu.

Em torno de 16 graus e sem vento o que permite usarmos os bancos no deck e ficar a ver navios…

Durante todo o trajeto não encontramos outras embarcações. Na verdade aqui em alto mar, só avistei um pequeno barco pesqueiro no horizonte que logo ficou para trás.

Durante a viagem no lado do continente e possível avistar ao longe algumas ilhas em especial as que tem grandes montanhas.

Após o almoço uma soneca e depois novamente conferir no GPS onde estamos.

Hoje ao final da tarde já devemos entrar no acesso a Puerto Montt. Vai passar ao largo da ilha de Chiloe e espero que tenhamos sinal de celular desta ilha que e bem povoada.

Na sequência escrever um pouco, compartilhando o salão barulhento com os expectadores dos filmes e passear no deck agora já sem as pesadas roupas, gorro e luvas…

No inicio da noite já estávamos navegando as margens da ilha de Chiloé.

Legal pois nestas paragens já tínhamos sinal de celular.

Comunicação com a família atualizada, contando as novidades e sabendo as novidades de lá.

Também o 3G do celular era muito bom e usando a facilidade de roteador do iPhone acessei os e-mails e naveguei pela internet.

O Marcio também sentou comigo no deck para atualizar e-mail de seu Ipad usando o roteador do meu Iphone via 3G. (beleza ter comprado o chip pré-pago no Chile…)

Conferi os dados coletados pelo Followmee e estavam quase todos lá.

Este sistema do Followmee quando não tem sinal de celular ele acumula as posições e quando possível atualiza tudo que estava acumulado.

Notei que faltavam uns trechos mas eram justamente os trechos noturnos…

É que o GPS não consegue acessar os satélites de dentro do camarote, pois é tudo metálico e o sinal de radio não chega até o Iphone…

Uma ultima volta na ponte de comando e o pessoal confirmou que deveríamos atracar por volta de 5 horas da madrugada e que depois do café as 7 horas estaríamos liberados.

Atualizar as fotos copiando para o HD externo, tudo isto deitado no beliche em posição imprópria, torto como uma coluna não gosta…

Acho que descobri porque apareceu umas dores na coluna….

Algumas fotos:

Dados do GPS:

Share on Facebook

Quarta feira, navegando o dia todo.

A rotina a bordo do AMADEO I da NAVIMAG é um pouco limitada.

No camarote só tem espaço para dormir no beliche e ajeitar as suas coisas no beliche, ao fundo da cama junto a seus pés.

Sair para o Deck e circular quando o vento e o frio não estão muito forte é uma forma de se exercitar para consumir um pouco da caloria adquirida no restaurante do barco.

Quanto a comida é em abundancia sendo um reforçado café da manha, um almoço e uma janta onde o cardápio é único para todos os tripulantes e passageiros.

Mas de boa qualidade e quantidade suficiente para aumentar o peso até o final da viagem…

Neste dia passamos por um pequeno povoado em uma ilha, chamado Puerto Eden.

Uma vila de pescadores e também uma unidade da Marinha Chilena.

A linha semanal da NAVIMAG tanto no sentido Puerto Natales para Puerto Montt como no inverso é a forma de transporte para mantimento e pessoas nesta ilha.

O Navio ancora ao largo da ilha e diversos barcos vem ao encontro do navio para buscar ou levar, coisas e pessoas. A facilidade de acesso ao Navio fica por conta da parte móvel na traseira (a mesma usada para entrada e saída dos caminhões, carros, motos e pessoas), que baixa ao nível da água e os diversos barcos podem encostar facilmente.

Alguns passageiros deixaram o nosso navio, alguns eram trabalhadores indo para a ilha outros eram turistas que ali ficaram.

Da mesma forma outros passageiros embarcaram. Uma moça veio numa lancha grande e muito bonita. Depois pudemos identificar que a lancha era da base Naval, pois retornou para lá.

Outro barco dos carabineiros saiu cheio de caixas e pacotes que recebeu do nosso navio o AMADEO I. Parecia até um serviço de correios.

Durante a parada de três horas ficamos observando a movimentação em torno do navio provocada por diversas embarcações que deixavam ou levavam alguma coisa do navio.

Reiniciada a viagem, a navegação sempre em torno de 25Km/h foi constante por entre os diferentes canais que levavam ate o mar aberto, parte do Oceano Pacifico.

Mais no final da tarde quando na saída para o mar aberto passamos pelo Radio Farol na saída para mar aberto pudemos acompanhar a conversa entre o pessoal do farol e a ponte de comando. O nosso piloto informou a identificação da embarcação, de onde vinha, para onde era seu destino, data e hora prevista da chegada. Perguntado também informou o numero de tripulantes e o numero de passageiros. Trocaram mais alguns cumprimentos de praxe e la vamos nos para mar aberto.

Com relação ao pessoal que trabalha na ponte de comando, existe uma política de acesso muito facilitada. Durante todo o dia a porta da cabine esta aberta e o acesso aos passageiros é liberado. Como é o local com a melhor vista e excelente calefação, acabava sendo um ponto bem concorrido com dezenas de passageiros circulando na ponte de comando que era bem espaçosa.

O comandante e o pessoal que ali trabalha são bem simpáticos e respondem as perguntas dos passageiros, interagindo em uma conversação bem fácil entre todos.

Com o frio intenso nos decks a alternativa era compartilhar o salão de refeitório onde uma TV e um DVD continuamente estavam exibindo filmes.

Uma pilha de DVDs estava disponível e qualquer passageiro podia escolher um filme e botar para rodar.

Claro que as vezes o volume da TV estava tão alto que atrapalhava quem não estava assistindo ao filme.

Aproveitei este tempo para atualizar diversos Posts do BLOG que estavam atrasados.

O grupo de passageiros e bem diversificado. No camarote ninguém costuma ficar a não ser para dormir ou eventualmente ler um livro na cama.

Identifiquei como companheiros de viagem, um tailandês que é professor de inglês em Santiago, um funcionário da aeronáutica Chilena de Santiago.

Um casal de americanos com três crianças, um casal de Bascos e mutos outros estrangeiros em passagem pela Patagônia, conhecendo os pontos turisticos importantes.

Muitos Chilenos em férias e brasileiros apenas três (Marcio, Marli e eu), os motociclistas como somos conhecidos, já que embarcamos com todos e nós estávamos de moto junto ao grupo de embarque.

Agora a noite depois que entrou em mar aberto o balanço começou…

Não e nada demasiado mas comparando com a navegação até o momento que era em lagos e canais tranquilos, completamente sem balaço algum já faz alguns dos passageiros enjoarem.

Aproveitando o balanço mais intenso o melhor e deitar e esperar o dia seguinte quando o AMADEO I depois de cruzar parte do Oceano Pacifico voltara a entrar na Bahia em direção a Puerto Montt.

Parte deste trajeto também pode ser visto no álbum de fotos do UOL VIAGENS.

Com a identificação do AMADEO I

Bandeira: Chile
Type: Ro-ro Cargo
IMO: 7427752
MMSI: 725018200
Indicativo: CBDO

dá para acompanhar a sua posição em tempo real.

Seguem algumas fotos:

Dados do GPS:

Share on Facebook